Livro Vida de Caminhoneiro

quinta-feira, 22 de março de 2012

FRASES NO PARA-CHOQUE


 Desde pequeno em viagens com meu pai, já me divertia lendo frases na traseira dos caminhões pelas estradas. Eram frases robustas, amorosas, religiosas e até debochadas, mas muito legais.
       
Quando eu comecei a trabalhar como motorista, a primeira coisa que fiz foi escrever uma frase no lameiro do caminhão.
Muitas das frases que escrevi ao longo de minha profissão, fizeram muito sucesso e arrancavam gargalhadas, até elogios de algumas pessoas.
Com dezoito anos de idade, ainda tinha uma aparência de moleque e não parecia nem de longe um caminhoneiro. Foi aí que nasceu a ideia de escrever uma frase engraçada no lameirão do caminhão de meu pai.
            A frase dizia assim:PERIGO! Criança no volante”, cada vez que eu ultrapassava alguém na estrada, este vinha e me ultrapassava novamente, para me ver ao volante e cair na risada.  
Sempre me diverti muito com a minha profissão e com as frases que já escrevi.
Também já escrevi frases sérias e ameaçadoras no estilo de ser bruto.
             “Não julgue um homem pelo seu tamanho, mas sim pelo seu caráter”, foi uma frase minha em um dia de desabafo para o mundo, em tempos de rebeldia, claro.   
Escrevi na frente do caminhão assim: Saia da frente” e na traseira: Se não eu passo por cima”, coisas de quem queria intimidar pelo tamanho do bruto, apenas por brincadeira, pois sempre respeitei a todos com muita educação pelas estradas do Brasil.
             Já escrevi: Interceptor, Predador, Só na Moral e nos tempos do sucesso do funk, Tá dominado, tá tudo dominado, frase que fazia o maior sucesso quando eu estava no Rio de Janeiro.  
Também escrevi frases religiosas: Rogai por Nós, Comigo no volante e com Deus a todo instante, Leia a Bíblia, Agradeço ao Senhor e muitas outras. Também dei uma de jovem, pois eu era mesmo: Jovem não dorme, dá um tempo, Comando jovem, Juventude maluca.
E por ser capoeirista, sempre em todos os caminhões em que trabalhei, escrevi bem no meio da carroceria: 100% CAPOEIRA, sempre com meu nome ao lado, Jean C. de Andrade.

Frase é algo muito legal, pois permite que possamos nos comunicar e nos expressar, mostrar de certo modo quem nós somos e do que nós gostamos, isto já se tornou uma cultura para os caminhoneiros. Que caminhão não tem uma frase por menor que seja? É sempre o caminhoneiro querendo se expressar para o mundo, avisando que ele está ali e que é um amigo.
             Cada frase causa um sorriso para quem está lendo ou mesmo um momento de oração, com a lembrança de Deus ou da família. Desperta sentimento de indignação com nossos governantes, com frases que puxam a orelha de políticos corruptos.

             Uma vez ouvi uma história e achei muito engraçada, um motorista escreveu assim: Não gosto de polícia, quando foi parado por um policial, que lendo a frase e logicamente não gostando nada, exigiu que o motorista apagasse a frase naquele momento, por estar acuado pelos policiais, o motorista apagou ali mesmo. Em outro dia, o mesmo policial parou-o novamente, para ver se ele não tinha reescrito a frase, sabe o que ele escreveu? Apagar eu apaguei, mas que eu não gosto, eu não gosto mesmo! Foi um desabafo muito engraçado que demonstrou todo sentimento daquele caminhoneiro. Vejam algumas frases que já vi estrada afora:

Mulher é igual à abelha, dá mel ou ferroadas.

Há males que vêm pra piorar.

A coisa fica preta se o beijo for entre duas carretas.

Nem todos podem ser grandes, mas todos podem ser bons.

Por que o orgulho se o futuro é a morte?

Beijo não é cultura, mas vale a pena conhecer várias línguas.

De nada adianta ter barriga de tanquinho se a torneira é pequena.

Macho que é macho come perereca, mas às vezes engole sapos.

Não ande mais rápido do que seu anjo possa acompanhar.

Quando soube que seu passado era fogo nosso amor virou cinza.

Não dirija dormindo para não deixar chorando quem te espera sorrindo.


                 Estas são algumas frases, de milhares que já li, haverá outras ainda. Quando você alcançar um caminhão, leia a frase e se for legal, buzine e cumprimente, o caminhoneiro, com certeza vai gostar.
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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

ALEGRIA DE CAMINHONEIRO -PÁG 26



Caminhoneiro é um sujeito engraçado, se estiver carregado, quer estar vazio, se está vazio, quer estar carregado”.

É um rolo que até eu não entendo, pois “se está ali, quer estar aqui, se vai quer voltar”, sempre com aquela canção sertaneja no rádio, ou toca CD, com aquele sorriso enorme sempre buzinando para mulherada às margens da estrada, apenas por farra, diversão, nunca se esquecendo da mulher amada que o espera em casa, com amor, carinho e paixão.
             Apesar da aparência rude, o caminhoneiro é um cara legal e muito humano, portanto, nunca deixe de cumprimentar quando passar por um. O caminhoneiro carrega o progresso e o alimento da nação, é uma pessoa muito importante para o nosso Brasil.
             Mas olha só o que já me disseram: “que a vida de um caminhoneiro é comparada a vida de um cachorro”, era só o que me faltava, “porque dorme enrolado, faz xixi nos pneus, come resto e acaba morrendo na estrada”. Parece engraçado, mas quem inventou isso, não tinha o que fazer, a maioria dos caminhoneiros já deve ter ouvido isso em algum lugar, com certeza, não gostou.
            Bom, eu apenas rio e continuo minha viagem, seja para o Sul ou para o Norte, não importa o destino, sempre “modulando” meu PX com toda a galera da estrada, meu QRA é Terremoto, algo que já causou muita risada entre os estradeiros, mais uma curiosidade que vou contar...
 Certa vez estava conversando pelo rádio PX com um carreteiro na Via Dutra, conversa vem e conversa vai, eu me apresentei como terremoto, disse que iria parar em um posto da Via Dutra, no qual ele disse que também pararia, para me conhecer pessoalmente e apertar as “munhequeiras”, gíria que usamos pra dizer, apertar as mãos!
             Eu entrei no posto, fui até o restaurante e encostei-me ao balcão, perto de outros motoristas grandalhões que ali estavam, pedi um café e ali fiquei. Na época, eu era mesmo bem menor, pesava uns 55 quilos, mas usava aquele QRA “Terremoto” no rádio, vejam só a incoerência física.
   Fiquei perto da porta para esperar o tal carreteiro, cujo QRA era Falcão, foi quando ele entrou, devia ter uns dois metros de altura, passou por mim quase que pisando no meu pé, nem deu bola, foi até o balcão onde estavam os grandalhões e disse em voz alta: “Qual de vocês é o Terremoto”?
             Ninguém respondeu, então eu gritei lá de trás: “Sou eu!”
            Todos olharam para trás e caíram na risada, inclusive o Falcão que foi logo dizendo:
 “Poxa vida! Eu pensei que Terremoto com um vozeirão desses seria um gigante!”

  Foi muito engraçado, mas no final de tudo, eu fiquei conhecendo o Falcão e vários outros caminhoneiros que ali estavam e que acharam muito legal o que havia acontecido. São fatos alegres que sempre acontecem pelas viagens nos mostrando a alegria do caminhoneiro. 
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quinta-feira, 9 de junho de 2011

CONVERSAS DE CAMINHONEIRO


Aqui vai um dos causos que conto em meu livro VIDA DE CAMINHONEIRO Pág. 158


    Na profissão de estradeiro, como vi, também já ouvi muitas histórias. Algumas verdadeiras, outras nem tanto assim. Se você prestar atenção em uma roda de caminhoneiros, com certeza vai ouvir muitas histórias engraçadas e tristes também.
Foi assim que nasceu a inspiração deste livro, que retrata a vida de um caminhoneiro.
Quando muitos caminhoneiros se juntam, sai de baixo, rola todo tipo de conversa. A mais comum é, falar do próprio caminhão, ou seja, dizer que o dele sobe mais que o do outro, que leva mais peso, que anda mais rápido e por aí vai.
No mesmo momento nasce e torna-se uma discussão danada.
 Engraçado de se ver, eu mesmo já participei de várias discussões como estas, mas o legal e o interessante, é quando começam a contar histórias dos próprios companheiros de profissão.
Certo dia, dois compadres estavam viajando juntos, mas em caminhões separados.
 Estavam indo para o Ceasa carregados com batatas, chegando a uma serra muito perigosa, o compadre, que estava na frente, pegou uma velocidade maior e o outro que estava logo atrás dizia:
 “Do jeito que o compadre descer eu também desço, o meu caminhão é melhor que o dele!”
O compadre da frente cantava pneus nas curvas, parecia que não conseguiria fazê-las, chegava à levantar os pneus do chão, parecendo que ia tombar, mas fazia a curva.
O compadre que vinha logo atrás, morrendo de rir e gritando que era o bom, fazia o mesmo. Virava para cá, virava para lá e dá-lhe cantoria de pneus.
Quando a serra acabou, o compadre da frente deu um jeito de parar com muita dificuldade no primeiro posto que apareceu, seguido de perto por seu maluco companheiro.
Logo que pararam, o compadre desceu do caminhão todo suado e trêmulo.
Seu companheiro, claro, foi ao seu encontro. “Eh compadre, não tem ninguém para descer uma serra igual a nós dois, hein?!” E o compadre, ainda tremendo, respondeu:
“Seu caminhão também acabou o freio?”
Pois é assim, onde o caminhoneiro se reúne, sai de tudo e um pouco mais, logo outra história surge:  um colega nosso estava viajando e de repente o pneu do caminhão estoura, ele para no acostamento, já é tarde da noite, assim ele liga para o patrão:
“Patrão, o pneu estourou!” O patrão, do outro lado da linha, dizia: “Mas estourou de que jeito?”
“Fez buuuuuuummmmmmm, patrão” ... Ora, ora!
Outra história parece absurda, mas aconteceu, não se trata de um caminhoneiro, mas de uma pessoa que estava indo para Aparecida do Norte com a sua esposa. Chegando à Via Dutra, entrou na contramão e prosseguia como se nada estivesse errado.
Os automóveis que vinham em direção contrária, piscavam os faróis a todo instante a fim de alertá-lo.
 A esposa perguntou-lhe: “Porquê os carros estão piscando tanto os faróis?”  E olha só a resposta dele:
“Não liga não querida, se não for acidente é guarda.”
É meu amigo, a “caminhoneirada” tem história e fala mais que o homem da cobra.
 Quando estão em um escritório, se juntam três ou mais caminhoneiros, o secretário manda logo todo mundo sair, pois vira uma barulheira sem fim.
É um dizendo que faz com tantas horas, outro que faz com menos, só sei que é duro de aguentar algumas vezes, logo o patrão chega e bota ordem na casa: “Vão conversar lá fora, se não ninguém consegue trabalhar aqui.” E eu me divirto muito com estes companheiros de estrada, pois eles têm muito assunto quando a gente se encontra.
Mas uma coisa me deixa cansado, é quando estamos num final de semana, numa lanchonete ou festa de encontro com amigos caminhoneiros, e qual é o assunto? Caminhão!
Pelo menos no final de semana, nas folgas, nas festas...
Vamos falar da mulherada?
Por favor, né!

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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Filme Uma Viagem Com Jean Andrade




Este é um pequeno Trailer,sobre minhas aventuras em Vida de Caminhoneiro.

VIDA DE CAMINHONEIRO -1ª EDIÇÃO 2010

VIDA DE CAMINHONEIRO, histórias reais contadas por um caminhoneiro brasileiro, suas aventuras e festas, seus dramas e angustia, a vida longe de casa e da família, experiências com acidentes e assaltos, a morte vista de perto. Neste livro, o autor Jean C. de Andrade relata fatos verdadeiros e curiosos da vida de um caminhoneiro. São histórias engraçadas e, algumas vezes, tristes e também emocionantes. Emoção de acelerar o "carrão" cada vez mais pelas rodovias transportando todo tipo de cargas, conhecendo pessoas e culturas diferentes, é tudo que me emociona e me faz um profissional responsável e realizado na vida. O livro traz desabafos e críticas pela decepção com que nossos governantes cuidam das grandes rodovias responsáveis pelo progresso de nosso país.

CLUBE DE AUTORES
Neste link:
http://clubedeautores.com.br/book/24459--VIDA_DE_CAMINHONEIRO 

AGBOOK: http://www.agbook.com.br/book/26123--VIDA_DE_CAMINHONEIRO  


Da boleia do caminhão para o mundo
Posted: 01 Dec 2010 01:00 AM PST

Caminhoneiros são, provavelmente, as pessoas que mais conhecem os detalhes da realidade brasileira. Cruzando o país de ponta a ponta, eles acabam entrando em contato com povos e culturas que poderiam ser descritas até mesmo como exóticas para os habitantes das grandes metrópoles tupiniquins.
Foi com base nessa experiência de vida que o autor Jean Carlos de Andrade escreveu "Vida de Caminhoneiro". A bem da verdade, ele iniciou o livro (recheado de casos, "causos" e desabafos) há mais de uma década - mas foi recentemente que ele foi publicado aqui no Clube de Autores.
Segundo a sua sinopse: Neste livro eu relato fatos verdadeiros e curiosos da vida de um caminhoneiro.São histórias engraçadas e, algumas vezes, tristes e emocionantes. Emoção de acelerar o "carrão" cada vez mais pelas estradas e rodovias transportando todo tipo de cargas, conhecendo pessoas e culturas diferentes, é tudo que me faz um profissional responsável e realizado na vida. O livro traz desabafos e criticas pela decepção com que nossos governantes cuidam das grandes rodovias responsáveis pelo progresso de nosso país.

Vida de Caminhoneiro acabou chamando a atenção de veículos do Sul de Minas, de onde o autor é, resultando em uma matéria na Gazeta do Vale.

 Reproduzimos a matéria abaixo, que fala também de outra obra de Jean, "A Magia da Capoeira".
Para conhecer o livro Vida de Caminhoneiro, clique aqui ou vá direto ao link:

http://clubedeautores.com.br/book/24459--VIDA_DE_CAMINHONEIRO
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Para conhecer o conjunto de obras de Jean, clique aqui, na matéria abaixo ou vá ao link:
 http://clubedeautores.com.br/search?what=jean+carlos+de+andrade&commit=BUSCA.



O livro Vida de Caminhoneiro também se encontra à venda nos seguintes lugares:

NA RODOVIA FERNÃO DIAS 

- Postos D'Pedro, Barraca do caminhoneiro em Três Corações, Posto Itaguara, Posto Servisul em Campanha MG, Posto da Fronteira em Extrema MG, Posto 130 em Camanducaia MG.

NA VIA DUTRA

 Antes da Via Dutra em Piquete/SP no Restaurante do Urso da Toca, No Posto Girafa em Resende/RJ e no Posto Nacional em Barra do Piraí/RJ.

                                                                  EM ESTIVA MG

                                         Na banca do Léo e na Padaria Santa Edwirges.

                                                         EM POUSO ALEGRE MG

                                                   Na Livraria Intelecto no PA Shopping.

                                                               E COM O AUTOR

                        Tel. 03598219634 E-mail jean.jeanandrade.andrade376@gmail.com